Vagando em versos

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Presa do ódio






Da tu'alma a funda galeria
descendo às vezes, eu às vezes sinto
que como o mais feroz lobo faminto
teu ódio baixo de alcatéia espia.

Do desespero a noite cava e fria
de boêmias vis o pérfido absinto
pôs no teu ser um negro labirinto
desencadeou sinistra ventania.

Desencadeou a ventania rouca
surda, tremenda, desvairada, louca
que a tu'alma abalou de lado a lado.

Que te inflamou de cóleras supremas
e deixou-te nas trágicas algemas
do teu ódio sangrento acorrentado!

Cruz e Sousa

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