Vagando em versos

sábado, 23 de setembro de 2017

Solitário




Como um fantasma que se refugia
Na solidão da natureza morta

Por trás dos ermos túmulos, um dia
Eu fui refugiar-me à tua porta!

Fazia frio e o frio que fazia
Não era esse que a carne nos conforta…
Cortava assim como em carniçaria
O aço das facas incisivas corta!

Mas tu não vieste ver minha Desgraça!
E eu saí, como quem tudo repele
-Velho caixão a carregar destroços-

Levando apenas na tumbal carcaça
O pergaminho singular da pele
E o chocalho fatídico dos ossos!


Augusto dos Anjos

Thomas Bergersen - Into Darkness

Nenhum comentário: