[...]
Ali posso ficar mais tempo quieta
tentando compreender o que é um mar.
Escutando, contemplando ou mergulhando nele
ou observando-o do alto dos morros
quando se revolve e arfa
aprendendo que o mar
não é apenas movimento e rumor.
O mar, como tudo o mais
- também as pessoas -
é o seu próprio escondido
que à noite chega à superfície
procurando não se sabe o quê
talvez buscando apenas
10 comentários:
Quando se escuta o mar, o inofensivo e calmo mar com suas marolinhas e ondas serenas ou se atreve a andar pela areia, na beirinha, molhando os pés, apreciando a monotonia do cenário, nem imagina que mistérios se escondem na imensidão desse intolerante destruidor. O furacão se alimenta da água do mar, naus desaparecem, monstros marinhos atacam, pessoas morrem afogadas e desafiar o mar é querer conhecer a morte de perto. Para quem aprecia apenas ao longe, quase não existe perigo, mas quem se aventura em decifrá-lo, certamente se o encontrar de mau humor, será dizimado sumariamente.
A beleza é relativa e perigosa, sempre perigosa, assim como a mulher, às vezes deusas, às vezes loucas e outras vezes feiticeiras. Meninas mimadas que acham tudo um saco, tudo um lixo, reclamam de tudo e de todos, mas conseguem adorar o insólito, o irreal e o desconexo. Deliciosas intolerantes, serenas como tempestades e cruéis como a Malévola, mas são mulheres, tenras criaturas que necessitam de explicações, de conhecimento e entendimento para tentar se encontrarem na vida. Insatisfeitas, incompletas, sem gênero definido em relação a gostos ou atitudes, sempre em dúvida consigo mesma e com a vida, sempre infiel em fato e em pensamento, subjetiva, prolixa, contraditória, que sempre culpa o homem por suas desventuras, por não ser prática, por não reconhecer a realidade, por não entender de lógica, mas mesmo assim se julgam donas da verdade. Não conseguem ter amigas, diferentes dos homens, não sabem ser cúmplices, pois acham crime, não conseguem guardar segredo, pois o diabo atenta, mas conseguem ser românticas, boazinhas, tolerantes e amorosas quando querem algo. Oportunistas por natureza, são a visão do inconstante e do irreal.
Mas não vivemos sem elas, sem suas neuroses, suas inseguranças e suas cretinas formas de chegarem a uma conclusão. São doces amargos que ingerimos sem frescura, um licor sem sabor, mas que apreciamos sem reclamar e assim como o mar, não conhecemos seus perigos, mas temos noção da sua ira, que geralmente é fatal.
Contra vampiro, pescoceira de aço.
Como vampiros, reis, atravessamos o aço com facilidade, devia sugerir a prata como escudo, mas como sempre sem noção de lógica, o aço parecia bom. A propósito, existe alguma vampira famosa? – Sim existem umas sanguessugas, me esqueci. Seu blog é bom, diversificado, porém incompleto, pois deveria divulgá-lo mais, ter mais leitores, mas comentários. O encontrei por acaso, pois adoro poesias e me deparei com mini textos aqui presentes. Mas, de qualquer forma, parabéns e tente aprimorá-lo para ser notada como citadora.
Agradeço as observações.
Caso necessite de palavras amorosas, carinhosas, gentis... permaneça.
Aprecie sem moderação.
Com relação a 'ser notada como citadora' .. não é objeto em questão.
Caso necessite muito de lógica, existem blogs específicos do tipo Logico-Philosophicus.
Um aperto de mão [firme].
Boa noite.
Escreva, seja você, solte seus sentimentos, suas dúvidas, sua dor, seus desejos, não perca tempo com pensamentos já pensados, sentimentos já sentidos, apenas use-os como exemplo à sua obra, mas nunca como argumento à sua literatura própria.
Abraços e adorei o modo como dispõe os textos, usando um método simples e eficaz. Mas nunca desista de seus dons, pois já que aprecia é sinal que é capaz.
Quais as palavras que nunca foram ditas?
Quais os sentimentos que nunca foram sentidos?
Na verdade, eu não existo..
Se não existo... não tenho
sentimentos...
dúvidas...
dor...
desejos...
Sou apenas uma projeção..
sendo uma projeção...
os pensamentos já pensados..
e os sentimentos já sentidos...
nada mais são que seus próprios
argumentos ...
Um aperto de mão [firme]
Bom dia
Quando a vida se aprofunda na incerteza, na insatisfação, coloca-se o plano multidimensional como argumento às mesmices. A maioria das coisas já foi dita, já foram apreciadas, analisadas, discutidas, mas a forma como as colocamos é que torna diferente seu sentido. Se ajustarmos as conotações aos nossos sentimentos, que diga de passagem, são só nossos, nos torna únicos e imortais, pois tudo já tem o seu significado com sinônimos, mas quando acrescentamos algo de novo, ficamos com a parte inédita do fato.
É notório que todos rimam amor com dor e coração com emoção, mas dar sentido a essas expressões, analisando por um lado nunca visto ou refletido é que dá novo sentido a questão, a poesia.
Todos falam do valor das flores, em especial as rosas, mas ninguém diz que elas têm a vida curta e quem recebe também é amaldiçoado pelo seu estigma. Como se pode doar, enviar, ceder uma flor a alguém que se ama, se sabe que estará vinculando a vida curta ao seu romance? Se quiser tornar imortal um amor, doe sua Alma ela é imortal e invisível assim como o vento, mas todos sabem e conhecem e admitem a sua existência.
Um bom dia cara amiga poeta e que os astros a iluminem nesse trajeto lírico que retém a poesia e os sentimentos.
Agradeço seu pensamento.
Não gosto de rimas ...
E, com toda sabedoria e beleza, Quintana registrou: A poesia não se entrega a quem a define.
E também afirmou:
Nunca diga "te amo" se não te interessa.
Nunca fale sobre sentimentos se estes não existem.
Nunca toque numa vida se não pretende romper um coração.
Nunca olhe nos olhos de alguém se não quiser vê-lo se derramar em lágrimas por causa de ti.
A coisa mais cruel que alguem pode fazer é permitir que alguém se apaixone por você quando você não pretende fazer o mesmo.
E não passe por constrangimentos na vida, não entregue seu coração, pois a rima perfeita é sentir que o calor do momento será eterno enquanto existir memórias.
Reafirmo: um homem sábio e belo.
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