É bom quando nossa consciência sofre grandes ferimentos
pois isso a torna mais sensível a cada estímulo.
Penso que devemos ler apenas livros que nos ferem
que nos afligem.
Se o livro que estamos lendo não nos desperta
como um soco no crânio
por que perder tempo lendo-o?
Livros que nos fazem felizes
poderíamos escrever nós mesmos
num piscar de olhos.
Precisamos de livros que nos atinjam
como a mais dolorosa desventura
que nos assolem profundamente
– como a morte de alguém que amávamos mais do que a nós mesmos –
que nos façam sentir que fomos banidos para o ermo
para longe de qualquer presença humana
– como um suicídio.
Um livro deve ser um machado
para o mar congelado que há dentro de nós.
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