Vagando em versos

sábado, 23 de setembro de 2017

Catando os cacos do caos



[...]

Catar palavras cortantes

no rio do escuro instante
e descobrir nessas pedras
o brilho do diamante.

É um quebra-cabeça?

Então
de cabeça quebrada vamos
sobre a parede do nada
deixar gravada a emoção

Cacos de mim
Cacos do não
Cacos do sim
Cacos do antes
Cacos do fim

Não é dentro
nem fora
embora seja dentro e fora
no nunca e a toda hora
que violento
o sentido nos deflora.

Catar os cacos
do presente e outrora
e enfrentar a noite
com o vitral da aurora


Affonso Romano de Sant’Anna


Thomas Bergersen - Two Steps From Hell - Blackheart

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