
Que eu nunca me cale.
Que eu aprenda a ser
cada vez mais prudente com minhas palavras,
mas que eu nunca as troque pelo silêncio.
Que eu nunca me anule, escondida sob um silêncio
pseudo-equilibrado.
Que eu conserve sempre a coragem
de abrir meu peito,
meu coração, minhas emoções,
meu contentamento e descontentamento
através da palavra,
pois é a única forma eficiente
que disponho no momento de mostrar ao outro
quando me fez feliz e quando me feriu.
E é a única forma, também,
de saber onde e quando errei
e como posso acertar da próxima vez.
Que eu não morra, meu Grande Criador,
entalada com minhas mágoas
e situações mal resolvidas.
Nem ignore as insatisfações alheias,
pela falta do diálogo e
pela prática descabida e excessiva do silêncio.
Que todos possamos nos entender pela fala,
pelo diálogo,
e não nos afastemos pela comodidade
insossa do silêncio.
Que possamos discernir entre o silêncio bom e o ruim.
Que possamos nos lembrar sempre que,
como as palavras,
o silêncio também pode se converter em arma letal
e capaz de impedir
ou destruir uma convivência harmoniosa.
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