Vagando em versos

sábado, 1 de julho de 2017

O movimento da alma


A alma dá ordens ao corpo e é imediatamente obedecida. 
A alma dá ordens a si mesma e depara com resistências. 
A alma ordena que a mão se mexa, e é uma operação tão fácil, 
que mal se distingue a ordem de sua execução. 
E, no entanto, a alma é alma e a mão é corpo. 
A alma dá à alma a ordem de querer: 
uma não se distingue da outra e no entanto ela não age. 
De onde vem esse prodígio?

2 comentários:

Anônimo disse...

As pessoas acham que Alma Gêmea é o encaixe perfeito. Mas a verdadeira Alma Gêmea é um espelho, a pessoa que mostra tudo que está prendendo você, é a pessoa que chama atenção para você mesmo, para que você possa mudar sua vida. Uma verdadeira Alma Gêmea é provavelmente a pessoa mais importante que você vai conhecer. Porque ela derruba suas paredes e lhe acorda com um tapa na realidade.

A Alma, ao contrário do que se supõe é exterior: Envolve e impregna o corpo como um fluido envolve a matéria. Em certos Homens a Alma chega a ser visível, a atmosfera que os rodeia tomar cor. Há seres cuja Alma é uma contínua exalação: arrastam-na como um cometa ao ouro esparralhado da cauda - Imensa, dorida, frenética. Há-os cuja Alma é de uma sensibilidade extrema: Sentem em si todo o universo. Daí também simpatias e antipatias súbitas quando duas Almas se tocam, mesmo antes da matéria comunicar. O amor não é senão a impregnação desses fluidos, formando uma só Alma, como o ódio é a repulsão dessa névoa sensível. Assim é que o Homem faz parte da estrela, a estrela de Deus.

Enquanto tentamos achar ou desvendar a Alma, a possível Alma Gêmea aparece no vazio... Ainda em sombra, ainda em dúvidas, ainda inconclusiva e obscura, mas aparece... E sem hora, local, cidade, país ou idade... Chega do nada, advinda da escuridão, se mostrando aos poucos, se materializando como em sonho, envolvida num fog, num nevoeiro de incertezas e num mar bravio, repleto de ondas enormes que envolvem e afundam a lógica e a coerência como simples argumentos. Ela aparece, mas por vezes não será percebida ou notada, devido à simplicidade de sua essência e característica.

Na minha essência imortal... Templo de minhas sensações e meus sentimentos... Jamais encontraria plenitude no vazio, nada a ser feito ou esperado que modifique a dor egocêntrica que retira as forças. Nada que clareie a Alma, inviolável, desconcertante... Falta a doçura que purifica o perfume que invade o domínio sensível... Falta a emoção que encanta e devasta... Mas mesmo assim, acredito na força da Alma, que vem do éter, do Espírito, da essência, da plenitude. Então, como mágica ou bruxaria, tentará modificar, aliás, mostrar como modificar essa sensação de vazio, tornando o nada uma forma de realidade plena em que as sensações serão as mais fortes aliadas da razão. E essa é a Alma Gêmea que espero e quero... E creia, não por um momento e não por vezes, mas por toda a vida e mais seis meses...!

Apareça Alma Gêmea, transforme a escuridão em Luz, as trevas em paraíso e os sonhos em realidade. Preciso muito extinguir a solidão. Se ela persistir, nada terá significado, as horas serão longas, as cores baseadas em matizes do cinza e como num filme em preto e branco, apenas a imaginação como esperança...!
... E a Alma Gêmea finalmente apareceu e disse: ”Nada lhe posso dar que já não exista em você mesmo. Não posso abrir-lhe outro mundo de imagens, além daquele que há em sua própria Alma. Nada lhe posso dar a não ser a oportunidade, o impulso, a chave. Eu o ajudarei a tornar visível o seu próprio mundo, e isso é tudo”.

A realidade se inspira na Vida, nos atos e na razão. A Alma Gêmea veio, se apresentou, mas como um mestre impiedoso, disse que necessita modificar a lógica para conhecer a verdade. E afirmou em sussurro: “Onde se deve procurar a liberdade é nos sentimentos. Esses é que são a essência viva da Alma.”

E parafraseando Vitor Hugo: “A vida não passa de uma oportunidade de encontro; Só depois da morte se dá a junção; Os corpos apenas têm o abraço, as Almas têm o enlace”.

No fundo, é isso, a solidão: Envolvermo-nos no casulo da nossa Alma, fazermo-nos crisálida e aguardarmos a metamorfose, porque ela acaba sempre por chegar...!

Anônimo disse...

Belíssima associação entre imagem e poema.