Vagando em versos

segunda-feira, 31 de julho de 2017

Bordados

Costure a vida
Carinhosamente, com mãos de afeto
Junte os lados esgarçados e sofridos
Dobrando as pontas gastas
Expondo o lado novo.
Dói o furo no dedo
Feito com a agulha da costura.
Dói também a alma apertada no corpo velho.
Borde o tecido velho
Com linhas coloridas,
Com desenhos bonitos.
E sinta o cheiro novo
Da vida que brota,
Suplantando a dor do furo
Que sangrava, sem manchar
O tecido.

Vera Castro

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