Vagando em versos

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

D’Amor e seus danos


D'amor e seus danos
me fiz lavrador
semeava amor
e colhia enganos
não vi, em meus anos
homem que apanhasse
o que semeasse. 

Vi terra florida
de lindos abrolhos
lindos para os olhos
duros para a vida
mas a rês perdida
que tal erva pace
em forte hora nace. 

Com quanto perdi
trabalhava em vão
se semeei grão
grande dor colhi.
Amor nunca vi
que muito durasse
que não magoasse.

Luís de Camões

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