Paulo Leminski
sábado, 31 de julho de 2010
Sentimentos
[...]
Não tenho medo de mostrar meus sentimentos
e de fazer coisas imprudentes,
pois acredito que o que não se mostra,
não se sente.
Coisa que talvez surpreenda muito a você,
pois os seus sentimentos
são tão guardados que parecem não existir realmente.
Jane Austen
terça-feira, 13 de julho de 2010
A Procura da Poesia
Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
(...)
Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível, que lhe deres:
"Trouxeste a chave?"
Carlos Drummond de Andrade
segunda-feira, 12 de julho de 2010
Asas e azares
Voar com a asa ferida?
Abram alas quando eu falo.
Que mais que eu fiz na vida?
Fiz, pequeno, quando o tempo
estava todo ao meu lado
e o que se chama passado
passatempo, pesadelo
só me existia nos livros.
Fiz, depois, dono de mim
quando tive que escolher
entre um abismo, o começo
e essa história sem fim.
Asa ferida, asa ferida
meu espaço, meu herói.
A asa arde.
Voar, isso não dói.
Paulo Leminski
Abram alas quando eu falo.
Que mais que eu fiz na vida?
Fiz, pequeno, quando o tempo
estava todo ao meu lado
e o que se chama passado
passatempo, pesadelo
só me existia nos livros.
Fiz, depois, dono de mim
quando tive que escolher
entre um abismo, o começo
e essa história sem fim.
Asa ferida, asa ferida
meu espaço, meu herói.
A asa arde.
Voar, isso não dói.
Paulo Leminski
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